Taxa de investimento cresce junto com desembolsos do BNDES

Há uma correlação entre os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a taxa de investimento no Brasil. Em linhas gerais, essa é a conclusão do primeiro número da série “Estudos especiais do BNDES”, lançada nesta segunda feira.

O propósito é realizar análises sobre questões relacionadas à atuação do Banco. Recentemente, voltou ao debate público o argumento de que o crédito do BNDES não afeta o investimento da economia brasileira. “Esse argumento não se sustenta”, afirma o banco de fomento.

Em 2022, os desembolsos do BNDES tiveram um aumento nominal de cerca de 50%, chegando a R$ 97,5 bilhões, valor comparável ao tamanho do banco em 2008.

Conduzido pela Área de Planejamento e Pesquisa Econômica do Banco, o estudo (que está disponível no Blog do Desenvolvimento, da Agência BNDES de Notícias) aponta que a correlação entre o desembolso do Banco destinado ao investimento (como % do PIB) e a taxa de investimento no Brasil foi de 79% entre 2002 e 2022.

De acordo com o estudo, para debater a relação entre o BNDES e o investimento de forma mais rigorosa, cabe recorrer a análises mais cuidadosas, comparando o que ocorre com o investimento quando há uma intervenção do Banco, frente ao que teria ocorrido na ausência dessa intervenção. Somente assim é possível aferir o “investimento adicionado” pelo apoio do BNDES.

“A grande maioria dos artigos indica efeitos positivos e estatisticamente significativos do Banco no investimento. Alguns dos poucos trabalhos que não encontram impacto do BNDES no investimento utilizam bases de dados que não são representativas da atuação geral do Banco – por exemplo, focando apenas no apoio a empresas de capital aberto, que representam uma parcela pequena dos desembolsos”, cita o estudo.

“A conclusão do trabalho é de que, de fato, o incremento nos desembolsos do Banco precede o aumento do investimento, o que sinaliza para o impacto positivo da atuação do BNDES sobre essa variável econômica”.